Divergência convergente
Eles tentaram mostrar que eram diferentes e divergentes – mas a condição em que se encontram é convergente. António José Seguro e Francisco Assis caminham para um mesmo lugar, e ambos se encontram emparedados entre a troika do presente e o PS de um passado demasiado recente. Presos aos factos, não há maneira de se afastarem – falta-lhes espaço de manobra. O t-zero é pobre e fica longe.
São obviamente candidatos ao lugar de “líder-de-transição”. Uma espécie de “escovilhão”, para não dizer carro-vasoura, que vem limpar os estilhaços da era-Sócrates. Acho sinceramente que ambos têm talento para mais e melhor, mas os tempos são para menos, e o estilo não chega para marcar a diferença.
Se eu fosse militante do PS, não sabia em qual deles votar. Ou melhor: votaria no lado Guterres que encontro em Seguro, mas ao mesmo tempo votaria na consistência e na solidez de Assis; não votaria no piscar de olhos liberal de Seguro, não votaria de todo na herança de Sócrates de que Assis (por mais curta que seja a memória...) é legítimo beneficiário.
Dito isto, venha lá o “aparelho” decidir.