O que eu peço de um filme que escolho ver
(e quando faço a lista, ela não é cumulativa – basta que o filme preencha um dos requisitos...)
Que me surpreenda ou revele.
Que me comova ou me emocione.
Que me faça rir ou me deixe em alta.
Que me ensine ou explique.
Que me entretenha.
Que me “disponha bem”, expressão que não uso mas gosto.
Que me recorde ou simplesmente me acorde.
Que me dê um murro no estômago.
Que me apanhe na curva e eu alinhe.
Por este mesmo elenco argumentativo, há anos que deixei de ver filmes que:
Me surpreendem pelos piores motivos.
Me dêem murros no estômago mas ao mesmo tempo me macem.
Me deixem com o rabo plano de tantas horas sentado.
Me ensinem o que não quero aprender.
Me mostrem o que não quero ver.
Me contem uma história longa, comprida, chata e que mora longe.
Sejam chatos, compridos, mas “obrigatórios” porque a critica diz, ou o Festival de Sundance premiou, ou passou em Cannes fora de competição.
Sem história, ou sem argumentos, ou sem diálogos, ou sem actores. Ou sem qualquer destes elementos. E há imensos.
Dito isto, aguentei estoicamente as duas horas e meia que dura o muito premiado e estrelado “Vénus Negra” e só posso dizer: pertence à categoria dos filmes que deixei de ver há anos. Mas é como um domingo de praia na Costa da Caparica – todos os anos caio uma vez. Já está.