28
Jan08
Quarto de hotel com TV
Há algo de irónico neste facto: o prédio que foi construído (algures, no final da década de 70) para ser um hotel e acabou transformado, durante 15 anos, na sede da RTP, acaba de reabrir as portas... como hotel. Com Spa e pretensões de “oásis na cidade”.
Ou seja, o edifício foi pensado para uma função, improvisado para cumprir outra, e regressa às origens quase 20 anos mais tarde, mas num registo actualizado, apostado no futuro.
O que há de irónico neste percurso é uma imagem da própria Televisão, no melhor e no pior: pensada para ser uma coisa, improvisando outra, anos a fio, procurando adaptar-se a um formato que não era originalmente o seu, e por fim libertando-se para se reencontrar noutro lugar. Que na verdade ninguém sabe qual é - ou onde começa e acaba.
A Televisão, que nem tem hoje profundidade real para lhe chamarmos “caixa”, esse meio extraordinário que foi pau para toda a obra – da melhor de todas, a democracia, à pior possível, a ditadura -, e que chega a esta fase das nossas vidas sem lugar definido, está representada na história deste edifício da Avenida 5 de Outubro. No centro da vida, cenário a que se habituou, mas sem lugar definido. Plataforma giratória. Já em si emissor e receptor. Tudo e nada. Um híbrido de todos os meios, computador incluído. Sabe-se lá o quê. Talvez um hotel no futuro. Ou apenas um Spa todo zen a cheirar a eucalipto.
Pois bem. Esse meio a que já chamámos “caixa” e que em tempos mudou o mundo, agora é por ele mudado todos os dias. E o que foi um edifício onde se decidia o que os portugueses viam, é agora um conjunto de quartos onde se dá “repouso” e “paz” ao corpo e ao espírito. Com ginásio, piscina, massagens, relaxe. O stress e a adrenalina foram apagadas daquelas paredes. Só ficou a carcaça. Dá que pensar, se quisermos pensar no que será a comunicação depois da poeira destes tempos assentar.
Ou seja, o edifício foi pensado para uma função, improvisado para cumprir outra, e regressa às origens quase 20 anos mais tarde, mas num registo actualizado, apostado no futuro.
O que há de irónico neste percurso é uma imagem da própria Televisão, no melhor e no pior: pensada para ser uma coisa, improvisando outra, anos a fio, procurando adaptar-se a um formato que não era originalmente o seu, e por fim libertando-se para se reencontrar noutro lugar. Que na verdade ninguém sabe qual é - ou onde começa e acaba.
A Televisão, que nem tem hoje profundidade real para lhe chamarmos “caixa”, esse meio extraordinário que foi pau para toda a obra – da melhor de todas, a democracia, à pior possível, a ditadura -, e que chega a esta fase das nossas vidas sem lugar definido, está representada na história deste edifício da Avenida 5 de Outubro. No centro da vida, cenário a que se habituou, mas sem lugar definido. Plataforma giratória. Já em si emissor e receptor. Tudo e nada. Um híbrido de todos os meios, computador incluído. Sabe-se lá o quê. Talvez um hotel no futuro. Ou apenas um Spa todo zen a cheirar a eucalipto.
Pois bem. Esse meio a que já chamámos “caixa” e que em tempos mudou o mundo, agora é por ele mudado todos os dias. E o que foi um edifício onde se decidia o que os portugueses viam, é agora um conjunto de quartos onde se dá “repouso” e “paz” ao corpo e ao espírito. Com ginásio, piscina, massagens, relaxe. O stress e a adrenalina foram apagadas daquelas paredes. Só ficou a carcaça. Dá que pensar, se quisermos pensar no que será a comunicação depois da poeira destes tempos assentar.