Os dias assim
Em Março de 2003, quando lançou o seu livro "Trovante Por Detrás do Palco", o Manuel Faria escreveu uma dedicatória no exemplar que me ofereceu onde às tantas se lia: "Foste o primeiro amigo que tivemos entre os jornalistas".
O Manel não foi rigoroso: quando conheci os Trovante - eles dizem "o" Trovante, mas dá-me igual... -, nem eu era jornalista, nem eles, em rigor, eram músicos. Todos sonhávamos com as vidas que entretanto tivemos oportunidade de viver.
Mas o Manel tinha razão no olhar global: talvez tenha sido o primeiro dos amigos do grupo que, já mais crescido, se tornou jornalista. E os acompanhou nas páginas do "Se7e", em programas de rádio, em programas de televisão.
... Foi nisso - nessa mistura que a passagem dos anos vai fazendo, porque faz todo o sentido, entre o que realmente ocorreu e o que julgamos que terá ocorrido - que pensei quando me comovi, mais do que uma vez, ontem, no Coliseu de Lisboa.
Porque a vida é mesmo feita de sonhos e das suas múltiplas concretizações. E porque gosto de mostrar isso em exemplos práticos, reais, palpáveis, ao meu filho. Ontem ele foi comigo. E viu.
Saiu do Coliseu impressionado. Eu diria que saiu como eu: rendido.