Brincar com coisas sérias
Quem anda pelo twitter – eu passo por lá, por razões profissionais, mas não brinco com os outros meninos -, divertiu-se ontem (ou levou a sério, nos casos mais absurdos) com um pretenso golpe de estado que estaria a ocorrer em Portugal. Li twitts sobre tanques em Benfica, tiroteios no Porto, e até mulheres nuas a manifestarem-se na baixa lisboeta. Um fartote.
O pior foi ver que, por essa Europa fora, há quem ache possível um ridículo golpe de estado em Portugal. O ainda pior foi ver como o twitter é realmente pouco credível num momento de duvida. Porque, no momento da dúvida, os ignorantes acreditam, os militantes duvidam, e os informados gozam.
Não há rede social que mude a realidade. Somos ali o que somos aqui. No melhor...
... Ou no pior, que é viver pela vida dos outros, dizendo mal, dizendo mal, dizendo mal. E fazendo nada. Apetece-me recriar o apelo de J. F. Kennedy: “Não perguntes o que o país pode fazer por ti (enquanto dizes mal dele e dos que nele ainda fazem qualquer coisa); pergunta-te o que podes fazer pelo país (de forma a teres maiores razões para o elogiares e menos frustrações na tua vidinha)”.