Insegurança social
O meu começo de semana: vou para a Segurança Social com uma carta ameaçadora da Senhora Directora Distrital, Rosa Maria Teixeira Pimenta Araújo, que me “informa” (nem sequer duvida...) que eu estou em dívida para com a S.S. (o que isto me faz lembrar...), num generoso valor acima dos 500 euros, por não ter pago as minhas contribuições durante três meses de 2006. E que, caso não resolva o assunto em dez dias, me confrontarei com “cobrança coerciva da divida”.
Perdi uma hora no meio dos arquivos pessoais e encontrei os recibos de pagamento desses meses validados pela própria Segurança Social (melhor ainda do que meros talões de multibanco...).
Hoje, segunda-feira, perderei horas a chegar, tirar a senha, por fim sentar-me à frente de uma simpática funcionária que vai confirmar que eu paguei o que a Segurança Social diz que eu não paguei. Fará um papel ou assinará um documento, não sei, já não me lembro como foi da última vez (sim, não é a minha primeira vez...).
Percebem porque é que eu falo, como falo, dos serviços do Estado? Percebem por que é que eu gostava que os funcionários, os tipos que criam os programas informáticos, as pessoas que gerem esses programas, as directoras distritais que assinam cartas taxativas... – enfim, percebem por que é que eu gostava que toda esta gente fosse avaliada e julgada como eu sou quando cometo um erro e com isso perco leitores, compradores, espectadores e dou prejuízo à empresa que me paga mensalmente?
Eu sei que é como escrever no gelo: derrete e desaparece. A impunidade continuará à solta na Segurança Social – em todo o Estado - depois da manhã que vou hoje perder.
Mas esta história do blog tem, entre outros, esse beneficio terapêutico: sempre um gajo desabafa.
Já está.