A Maternidade Alfredo da Costa
Confesso: as questões financeiras, económicas, de racionalização de recursos, são as que menos me interessam neste caso. Se esse fosse o único critério para a gestão da coisa pública, os Museus fechavam, as escolas fechavam, acho que o próprio Governo fechava.
Na iconografia e na simbologia de um país, há instituições que devem estar acima da fúria de negócio do poder. A Maternidade Alfredo da Costa é seguramente uma delas.
Se me dissessem que a fechavam para fazer dela um Museu, custava mas aceitava. Se me dissessem que ia ser transformada num pólo da Faculdade de Medicina, libertando espaço em Santa Maria ou no Pulido Valente, bem necessário, achava razoável e compreendia a racionalização de recursos humanos.
Agora, esta forma atabalhoada de olhar aquele edifício, aquele espaço no centro de Lisboa, e pensar no que dali pode vir, é um atentado à memória, à História, e um potencial roubo ao património que é de todos.
Devia haver uma forma de classificar os edifícios também do ponto de vista funcional e até politico.