O fim da actualidade
A principal razão para passar dias a fio sem comentar a actualidade é a circunstância de, em boa verdade, não conseguir descobrir “actualidade” no que se passa.
Parece que ocorrem “coisas” aparentemente novas. “Factos”, até.
Mas o que eu vejo são recorrências de recorrências de factos recorrentes que... se repetem.
Sinto que já escrevi sobre tudo o que parece ser “actualidade”.
Corrupção, debate sobre o estado da Justiça, justiça e futebol, o estado do Estado, os rendimentos dos ricos, os fretes e os favores e os pagamentos de favores, a governação e a forma como. Corrupção, também. Despesismo do Estado e impossibilidade de controlo dos gastos públicos por conta dos jobs dos boys . Corrupção, também. Futebol e corrupção.
Hipocrisia politica. Falência da segurança social. Má governação militante e consecutiva. O problema do ensino. O problema da saúde. Corrupção, também.
É o que eu digo: uma pessoa tenta que a actualidade rime com a novidade, mas não consegue. É apenas, e sempre, mais do mesmo.
Pode ser que um dia destes aconteça realmente algo.
O Benfica ganhar. A justiça revelar-se. Um corrupto de colarinho branco ser mesmo julgado e mesmo condenado. Os portugueses não terem memória de galinha e serem gratos aos feitos que Scolari conseguiu. Qualquer coisa de jeito. E de novo.