Lar doce lar
A última vez que saí, em Lisboa, à noite, na véspera de Santo António, foi há dois ou três anos, e fiquei vacinado para o resto da vida. Decidi ir dar um abraço aos meus amigos do Xafarix, que fazem coincidir o aniversário da casa com os Santos Populares, e organizam um arraial muito simpático no jardim fronteiro ao bar.
Lá fui. E o que vos posso dizer é que cheguei a casa de dia, eram quase sete da manhã. Perguntam vocês: mega-festa? Diversão toda a noite? Isso é que foi…
Não, não foi. Sai da festa do Xafarix às 2:30 da manhã, e demorei quatro horas e meia até conseguir apanhar um táxi para casa, num percurso que começou em Santos, passou pelo Cais do Sodré, sempre a pé, e terminou no Rossio porque já não havia mais pernas para andar.
O mistério dos táxis foi-me depois explicado pela imprensa (e já hoje confirmado): nestas noites de folia, ao contrário do que sucede em eventos tipo Rock in Rio, nem o Metro nem a Carris abrem excepções às suas carreiras regulares, por razões misteriosas que nem vou apurar. Só resta aos noctívagos o táxi ou “à pata”. Os táxis não chegam para as encomendas e este vosso amigo pernoitou algures pelo Rossio, acabando por conseguir um táxi perto das sete horas, dado que já havia transportes públicos e a multidão começou a dispersar.
Lição aprendida: não mais sairás à rua na véspera de Santo António.
Sardinhas? Um destes dias, vindas de águas bem frias, como manda a lei.