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Pedro Rolo Duarte

19
Ago12

O direito à resposta (e à profissão de jornalista...) segundo José Manuel Fernandes

(Ora bem, adenda... Algumas horas depois deste meu post ter sido colocado, lá veio, tardiamente, o comentário no Blasfémias, coitado, lento, atrás de outros comentários posteriores, e depois da propria plataforma o ter dado como apagado. Afinal a História sempre se reescreve. É preciso é jeito...)

 

Na quinta-feira passada, publiquei neste blog um post, sob o titulo História Breve de um Engano, em que reproduzia citações usadas pelo historiador Manuel Loff num artigo do Público, para dizer que a História de Portugal de Rui Ramos me parecia, a ver por aquelas frases, pouco séria no que ao período do Estado Novo diz respeito. Afirmava, claramente, que não lera a dita História, mas que as frases retiradas do livro eram por demais evidentes do que estava em causa.

Caiu-me o Carmo e a Trindade em cima e eu, na minha humilde atitude, respondi – vou usar a resposta que dei no Facebook ao colunista Pedro Lomba – assim: “nada como "realmente": vou ler, concluir por mim, e se for caso disso, emendarei a mão, como sempre fiz/faço quando me engano”.

Dois dias depois, no blog Blasfémias, o jornalista José Manuel Fernandes publica um post intitulado “Um é apenas intelectualmente desonesto; os outros nem sei classificar”, que pode ser lido na íntegra aqui, onde arrasa o artigo de Manuel Loff – curiosamente publicado no jornal de que JMF foi director e é ainda colunista semanal – e às tantas escreve: “se já era mau termos um Loff, é muito pior termos galinhas a cacarejar o que Loff diz sem sequer se darem ao trabalho de pensar. Pessoas que, espante-se, sentenciam o livro de Ramos ao mesmo tempo que admitem não o ter lido. Refiro-me a alguém que se intitula como jornalista, Pedro Rolo Duarte, que pretende fazer graça com este livro apesar de começar o seu texto a dizer que não o leu. E refiro-me também a um dos “politólogos” mais requestado pelas televisões, André Freire, que utilizou o Facebook para também confessar a sua ignorância sobre o livro e, logo a seguir, apoiar as teses de Loff. Nem sei que pensar. Talvez estes dois opinadores tenham achado que era melhor opinarem já em vez de serem desmentidos se lessem o livro. Talvez tenham tido medo de serem intelectualmente desonestos se lessem o livro e, depois, o acusar de ser o que não é. Assim preferiram ser apenas desonestos e botarem faladura sobre o que não conhecem. É o país que temos, que mais se pode dizer”.

Achei que devia responder/esclarecer o jornalista na Caixa de Comentários do blog. Assim fiz.

Porém, José Manuel Fernandes achou preferível usar os métodos que tantas vezes critica nos outros (talvez mesmo em Manuel Loff...), e não permitiu que o meu comentário figurasse entre os quase vinte que lá estão. Mandou-o direitinho para o lixo. É espantosa a atitude, para quem tem a boca tão cheia de liberdades de expressão.

No Blasfémias não está, portanto, o meu comentário. Ficará então aqui, com um remate que roubo descaradamente a José Manuel Fernandes: “É o país que temos, que mais se pode dizer”.

E o comentário censurado – ou talvez apenas evitado, não aprovado, rejeitado, menos querido, adociquem-se as palavras à vontade do dono... dizia assim:

"Caro José Manuel Fernandes: limitei-me a usar citações objectivas e factuais que Manuel Loff retirou do livro coordenado por Rui Ramos. Já respondi a outro comentador, Pedro Lomba, no mesmo sentido: vou conferir no livro se aquelas frases foram ou não escritas na citada História de Portugal. É verdade que dei mais crédito ao texto de Loff, que não conheço nem sei quem é, por vir nas páginas do Público, jornal de que Vc foi director e que me habituei a respeitar e tomar por sério mesmo quando se trata de publicar textos de opinião. Se porventura houver engano ou embuste, não deixarei de dar a mão à palmatória, como sempre o fiz e farei. Errar é humano. Quanto à denominação “alguém que se intitula jornalista” sobre a minha pessoa, além de lhe ficar mal tal consideração – já partilhámos até debates públicos… – informo-o de que possuo a carteira profissional com o nº 3071 e, ao longo dos ultimos 30 anos, fui, entre outros, jornalista e editor-adjunto de O Independente, director-adjunto do jornal Sete, editor-geral da revista Visão, editor-geral da revista K, director do suplemento DNA, subdirector do Diário de Noticias, editor da revista “Nós” do jornal “i”. Só para falar em imprensa. Acha que me intitulo jornalista e não devia? Pode explicar-me porquê?"

José Manuel Fernandes não publicou nem respondeu. Achou que este comentário não merecia figurar ao pé de elevados pensamentos que lá estão como “A bem dizer é isso mesmo: Cocó, Ranheta e agora chegou o Facada”.

Gente fina é outra coisa.

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