Lido: “A internet tem um mérito: ela democratizou o gesto de escrever. O demérito é que ela democratizou o gesto de escrever mal”
A edição de Agosto da Playboy brasileira assinala o 37º aniversário da revista naquele país. Agora que colaboro com a Playboy portuguesa, vejo mais as outras edições. Nesta, além do luxo de artigos de Ruy Castro sobre Nelson Rodrigues e um conto policial inédito de Luís Alfredo Garcia-Roza, há entrevista de fundo com o publicitário Washington Olivetto e uma selecção de grandes frases de entrevistados de sempre da revista.
Para uma boa colecção de citações, cá ficam:
De Washington Olivetto:
“Hoje existe muito publicitário famoso. Agora só falta o trabalho famoso. A publicidade está muito parecida com o futebol: tem muito famoso, poucos que fazem gol e muitos que correm para abraçar”.
De Washington Olivetto (II):
“A internet tem um mérito: ela democratizou o gesto de escrever. O demérito é que ela democratizou o gesto de escrever mal. No Twitter, então, é constrangedor. As pessoas não sabem escrever comprido, que é fácil, imagine escrever curto, que é difícil”.
De Millor Fernandes:
“Para mim, o melhor movimento feminino ainda é o dos quadris”.
De José Saramago:
“Há quem fale do prazer da escrita. Confesso que não tenho nenhum. Para mim, escrever é um trabalho”.
De Marisa Monte:
“O melhor público depende do preço do ingresso. Quanto menos ele paga, mais quente ele é. De graça, melhor ainda. Agora, se você paga caro, fica achando que o aplauso já vem incluído no ingresso”.
De Fernando Sabino:
“Escrever é muito simples: basta sentar-se diante da máquina e abrir uma veia ou esperar o sangue porejar na testa”.
E por aí fora.
Também há “mulher pelada”, claro, mas isso é óbvio, banal, e não surpreende.