Sobre a comunicação do Primeiro-Ministro
Faço parte dos que acham que foi longe demais, e que perdeu de vez o sentido de equilíbrio entre o que é governar em crise e o que é ter sentido social de Estado.
Tem a sorte de governar um país onde vivem indivíduos brandos e conformados, que o “pior” que podem fazer é, nas próximas eleições, votar “nos outros”, mudando alguma coisa para que tudo fique na mesma. Porque “os outros”, que estão agora indignados, se lá estivessem fariam o mesmo. E este, se estivesse na oposição, diria, revoltado, o que “os outros” dizem, ou os chumbos que prometem.
Neste quadro de miséria, o que me espanta é o aumento ser sobre um desconto a que, com ironia e cinismo, se chama Segurança Social. É a insegura “segurança social” que vai pagar a crise que a mata e enterra todos os dias um pouco mais? Pior seria difícil.
Se não fosse para chorar, seria uma espécie de anedota: a insegura “segurança social” tornou-se o corrimão de um país que definha sem rumo.