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Pedro Rolo Duarte

22
Fev08

Cá se fazem...

Estávamos à conversa sobre a situação de Lisboa e o mais avisado e lúcido do grupo disse o que ninguém queria admitir mas parecia óbvio:

- Os lisboetas vão ter de pagar esta crise. A solução só pode passar pelo aumento de taxas e impostos municipais.
Ainda se falou de alienação de património, mas já não me interessou ouvir.

Como lisboeta, percebi que muito provavelmente o meu dinheiro vai contribuir para tapar o buraco criado pela incompetência, negligência, inépcia, amadorismo (e, se investigarem bem, corrupção, tráfico de influências, fretes e favores) dos últimos 20 anos.
Por uma questão de higiene e saúde políticas, eu acharia que, antes de nos cobrarem impostos e taxas acrescidas, poderiam os senhores-que-nos-representam legislar e fazer cumprir no sentido de arrestar/penhorar/hipotecar/confiscar, sem dó nem piedade, as casas, os carros, as quintas, as empresas, os lucros, as acções (e o mais que fosse...) de todos os políticos responsáveis directa e indirectamente pela situação a que Lisboa chegou. Era o mínimo. Era um exemplo. Era um aviso. E ficávamos a saber quem eram eles, também...
A totalidade dos bens destes “bons rapazes” não resolveria o problema – mas seria um impulso para que pessoas como eu pagassem com menos resistência um qualquer agravamento de impostos...
Tal como a condenação do PSD e da Somague no caso do financiamento político, sendo uma agulha do palheiro destas troca de favores, tem a virtude de alertar consciências e obrigar os líderes dos partidos (e os empresários...) a cumprir leis, também um acto exemplar do Estado português contra os responsáveis políticos pela rotura financeira da Câmara constituiria um sinal de alerta para esse mundo obscuro, e cada vez menos recomendável, que é o das autarquias. Lisboa é a maior – mas não está sozinha neste “estado de sítio”.
Sei que nada disto vai suceder – e o mais certo será o nosso dinheiro suportar, sob a forma de impostos agravados agora ou “inventados” no futuro, a má gestão destes tempos. Mas eu não me resigno – e por isso, sempre que for caso disso, voltarei à carga com esta ideia prosaica e simples: cá se fazem, cá se deviam pagar...

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