Palavras ditas, palavras lidas
Ontem, no “True Tales” da Grant’s no Cinema São Jorge, a Clara Ferreira Alves e o Miguel Esteves Cardoso recordaram a revelação, o fascínio e a surpresa que encontraram quando Vergílio Ferreira publicou “Para Sempre”. Era o começo dos anos 80 e do caos criativo que deu origem a projectos como “O Independente” ou a “K”.
Cheguei quatro mais tarde, a tempo do jornal e da revista, mas atrasado para essa surpresa. O “meu primeiro” Vergílio Ferreira foi “Até ao Fim”, em 1987. Depois vieram todos os outros, os anteriores e os seguintes (ando agora a ler “Pensar”).
Mas soube-me bem ouvi-los falar do meu Professor, e do escritor por cujos livros tive tempo de, desde 1987 até aos dias de hoje, me apaixonar e a eles ficar rendido. Por entre gargalhadas e histórias do tempo que passa, aquela passagem da Clara e do Miguel pelo “meu” escritor português favorito deixou-me em paz com o mundo para o resto do fim-de-semana.
E pronto, é isto:
"Quais são as tuas palavras essenciais? As que restam depois de toda a tua agitação e projectos e realizações. As que esperam que tudo em si se cale para elas se ouvirem. As que talvez ignores por nunca as teres pensado. As que podem sobreviver quando o grande silêncio se avizinha."