Ouro
Nos últimos anos, não tenho ido aos Globos de Ouro. Por um lado, deixaram de contemplar as áreas que me diziam respeito – televisão e rádio –, e por outro lado, há cansaço acumulado de muitos anos de festas e festinhas, noites e noitadas... Talvez a PDI ajude.
Nem por isso, no entanto, deixo de, anualmente, ir espreitando pela televisão a noite dos Globos. Ontem, uma vez mais, passei os olhos pela SIC. E uma vez mais vi profissionalismo na produção do programa, empenho e dedicação na forma como tudo decorre, e um produto final digno de um canal internacional de televisão. Como em qualquer gala deste género, há sempre umas cartas fora do baralho e uns cromos que parecem espontâneos que iam a passar na rua do Coliseu. Ainda assim, o programa foi digno, bem produzido, bem realizado, e ao nível do melhor que a SIC nos tem dado nestes 20 anos de vida.
Sendo certo que se nota que há menos dinheiro e maior racionalização de recursos. Ou seja: mais valor para quem produz hoje os Globos de Ouro com verbas que devem ser uma sombra do que já foram.
Em face deste quadro, passar pelo Facebook e ver a quantidade de invejosos, ressabiados, tolos, a comentar e sublinhar apenas os defeitos, as irrelevâncias, as frivolidades, ou o que obviamente pode correr mal numa gala desta natureza, é voltar a cair na realidade: Portugal não vai ser melhor enquanto quem nada faz se entretêm a arrasar quem faz alguma coisa. Triste.