Sobre a crise política ou o que dela resta (Parte II)
1. A política é seguramente a arte de negociar. Mas não é certamente a arte de forçar negociações impossíveis, acordos improváveis, alianças à partida condenadas. Aqueles que procuram o impossível, vão encontrá-lo.
2. Quando confiamos menos em quem nos governa do que naqueles que não quisemos que nos governassem, não há mais nada a fazer. Mas pode ser pior: quando temos um Presidente da Republica que não apenas não percebe isto como acha razoável viver na ficção de uma confiança a prazo até meados do ano que vem, entrámos no domínio do humor negro.
3. O elefante cor-de-rosa passeia-se tranquilamente pela sala de estar. Como ninguém o quer ver, vai continuar o jogo do gato e do rato. Animais pequenos parecem atrair mais a atenção. Quem nasceu para lagartixa, nunca será jacaré.
Em resumo, o costume: cada um por si, a ver se saímos vivos deste desastre. Quem o provocou já está a salvo. Sigamos os muitos chernes que navegam em água seguras. Certo?