100 anos
Claro que vem aí livro, e colecções de postais, e posters, e tudo a que tem direito a melhor revista de sociedade do Mundo – sociedade, que é como quem diz jornalismo de investigação, jornalismo ligado às pessoas, às histórias, ao que mexe com a vida de todos nós, ao que nos fascina, ao que nos apaixona, ao que nos liga e ao que nos ligamos. A Vanity Fair faz 100 anos este mês – e mesmo sabendo que este século teve várias versões do mesmo título, não adianta desvalorizar o número redondo. São 100 anos de vida.
No outro dia lia um texto do meu amigo Manuel Falcão em que ele confessava que a Vanity Fair era, a dada altura, a revista que ele gostava de ter feito. Não tenho medo de deixar aqui a confissão: a Vanity Fair, adaptada e recriada para o mercado nacional, é a revista que me falta fazer depois de tudo o que fiz (e é o modelo em que acredito mesmo num mercado em crise…). Sem falsas humildades nem soberba ou vaidade. Dito isto, voltemos à realidade…
… Enquanto não chega o livro, temos a edição de Outubro da revista (da original, note-se, porque a Portugal também chegam a excelente edição espanhola e a muito boa e recente edição francesa), que assinala o aniversário com esta Kate Upton, fotografada pela incontornável Annie Leibovitz, a soprar a vela. Um luxo e um prodígio – no olhar pelas décadas passadas e quem o assina, nas imagens e nas memórias que abrem o apetite para essa viagem no tempo. E nesta ideia simples: sem a Vanity Fair, o mundo do jornalismo teria sido, seria, algo muito próximo da maçada e da chatice. Por melhor que fosse. E não era.