O video
Aqui entre nós: o video das advogadas insinuantes, que desencadeou tanta polémica na rede, e fora dela (já chegou à Ordem dos Advogados em queixas formais), e que podem ver aqui, pode ser deontologicamente duvidoso. Lá isso pode.
Mas interessa-me pouco essa apreciação, porque me interessa mais o efeito e os resultados que quer obter. Ora, se bem percebo, aquele video (e o site do escritório, claro) pretende atrair clientes, ganhar massa critica, promover o grupo de advogadas. Foi para ganhar fregueses que o pensaram e produziram…
… Receio, porém, que mesmo sem esta repercussão mediática, um video deste tipo não atraia clientes - pelo contrário, afugenta e assusta quem procura o rigor, a seriedade e “a sabedoria das leis” que a imagem dos advogados nos devolve. Pode ser preconceito, admito - mas não entregaria um caso relevante da minha vida nas mãos de quem se promove desta forma.
Admito que um trolha da Arrentela, aflito com um despedimento, ou um construtor civil de sexta linha, em Mafamude, sem saber como pagar uma divida, possam sentir o apelo pouco racional de contactar as advogadas de saia justa e salto alto a caminhar pelas ruas de Lisboa - mas duvido que haja, entre as milhares de pessoas que precisam, em qualquer momento, de um advogado, quem se sinta motivado a contactar a versão “Sexo & Arrabaldes” da clássica “Sexo e a Cidade”…
Dito isto, espero que o assunto caia e morra por si, sem processos nem Ordem dos Advogados nem coisa alguma. É perder tempo por conta de quem, sem ajuda, já deu o tiro no seu próprio pé. Uma lição para os que querem comunicar e fazer marketing sem consultar quem sabe da poda.
Além disso, faz lembrar a história do escorpião e da rã: nada muda a atitude de quem tem uma marca de identidade na sua natureza.