23
Mar08
Domingo de Páscoa
“Enquanto a fé não vem, é preciso ter fé que venha. Não é tudo ou nada. É preciso acreditar que se pode crer. Existe um estado intermédio, entre o desespero da descrença e a crença, que é um estado de espera, um estar um bocado à nora que é acompanhado por uma esperança. Não é preciso estarmos na fossa para reconhecer que quando não temos fé na alma, fica ali um pequeno buraco.
Quer queiramos, quer não, não há arte nem sabedoria nem amor que o possa ocupar. Só Deus. Para quem sinta essa ausência, para quem tiver o azar de dar por falta desse sentido, não há esforço que se possa fazer. O mal é nosso. Ficamos à espera.
Quer queiramos, quer não, não há arte nem sabedoria nem amor que o possa ocupar. Só Deus. Para quem sinta essa ausência, para quem tiver o azar de dar por falta desse sentido, não há esforço que se possa fazer. O mal é nosso. Ficamos à espera.
Para quem quer acreditar em Deus e não é capaz basta acreditar numa proposição muito mais fácil e muito mais simples. Não é só pelo facto de se acreditar em Deus que Deus faz o favor de existir. E, se existir, existe também para aqueles que não acreditam Nele. Existirá até mais um bocadinho. Porque são aqueles que não têm fé que mais precisam dela”.
Miguel Esteves Cardoso