02
Abr08
Cada um com a sua cruz. Cada um com a sua ASAE
A Entidade Reguladora da Comunicação continua a dar tiros nos dois pés, e ninguém a põe com dono. Agora, num relatório (que obviamente será aproveitado até à exaustão pelos partidos da oposição), sublinha o desequilíbrio entre PS/Governo e PSD nos espaços informativos da RTP – mas esquece-se de dizer que a análise se refere ao período da Presidência Portuguesa da União Europeia, onde obviamente o Governo e os seus ministros estavam duplamente expostos em matéria noticiosa.
Se a ERC quisesse ser séria, escolhia um período de normalidade informativa para estudar a RTP. Se quisesse ser muito séria, faria incidir o seu estudo também nos noticiários da SIC e TVI, para perceber até que ponto a RTP foi parcial ou seguiu critérios editoriais semelhantes aos que seguem canais que não dependem do Estado (parece que o fez, mas o facto de adiar a divulgação das suas conclusões para daqui a um mês deixa a dúvida sobre a própria intencionalidade da ERC neste desfasamento). Se quisesse ser extraordinariamente séria, tentava perceber o que são critérios editoriais.
Um Telejornal não é um tempo de antena – e o equilíbrio que se pede a uma estação de serviço público não pode ser confundido com jornalismo burocrático cronometrado. É preciso nunca ter estado próximo de uma redacção para admitir que a informação se faz com critérios mensuráveis em minutos, ou centímetros. O que me incomoda em entidades tipo ERC – lá está, uma espécie de ASAE da comunicação social... – é o abismo que as separa da realidade, a ausência total de conhecimentos sobre a actividade que regulam, e uma miopia corrigida apenas por um conjunto de leis, como se não houvesse mais mundo para lá da legislação.
Confesso que nunca cuidei de observar os noticiários da RTP à luz desse princípio do controlo governamental. Nem isso, nem o contrário. Mas nem por isso me deixa de irritar esta atitude sobranceira e arrogante da ERC, que gasta o dinheiro do Estado em cronómetros e quadros comparativos, quando ele faria tanta falta para poder fazer mais e melhor televisão...
Se a ERC quisesse ser séria, escolhia um período de normalidade informativa para estudar a RTP. Se quisesse ser muito séria, faria incidir o seu estudo também nos noticiários da SIC e TVI, para perceber até que ponto a RTP foi parcial ou seguiu critérios editoriais semelhantes aos que seguem canais que não dependem do Estado (parece que o fez, mas o facto de adiar a divulgação das suas conclusões para daqui a um mês deixa a dúvida sobre a própria intencionalidade da ERC neste desfasamento). Se quisesse ser extraordinariamente séria, tentava perceber o que são critérios editoriais.
Um Telejornal não é um tempo de antena – e o equilíbrio que se pede a uma estação de serviço público não pode ser confundido com jornalismo burocrático cronometrado. É preciso nunca ter estado próximo de uma redacção para admitir que a informação se faz com critérios mensuráveis em minutos, ou centímetros. O que me incomoda em entidades tipo ERC – lá está, uma espécie de ASAE da comunicação social... – é o abismo que as separa da realidade, a ausência total de conhecimentos sobre a actividade que regulam, e uma miopia corrigida apenas por um conjunto de leis, como se não houvesse mais mundo para lá da legislação.
Confesso que nunca cuidei de observar os noticiários da RTP à luz desse princípio do controlo governamental. Nem isso, nem o contrário. Mas nem por isso me deixa de irritar esta atitude sobranceira e arrogante da ERC, que gasta o dinheiro do Estado em cronómetros e quadros comparativos, quando ele faria tanta falta para poder fazer mais e melhor televisão...
PS – Aliás, e já agora: a ser verdade tal desequilibro entre Governo e PSD, talvez valha a pena equacionar a hipótese da RTP estar, afinal, ao serviço da oposição. É que, no momento actual, quanto mais Menezes puserem no ar, pior será...