A besta bestial
O futebol encerra em si tantas verdades sobre a raça que nem me atrevo a enumerá-las todas. Noto hoje algumas...
A besta Scolari tornou-se o bestial Scolari somando seis pontos na fase de grupos do Euro 2008. O bestial Scolari, inteligente, poupou os melhores (eram oito, pelo menos...), para não ser chamado de besta se porventura houvesse lesões ou momentos infelizes num jogo irrelevante para o Campeonato, como foi este com a Suíça. Ainda assim, o bestial Scolari tornou-se besta por ter perdido por 2-0. O que se segue?
1. Se Portugal ganhar no próximo jogo, a besta Scolari volta a ser o bestial Scolari.
2. Se Portugal perder no próximo jogo, mesmo que seja com uma equipa melhor e mais forte, confirma-se a besta.
Diferença com, por exemplo, os ingleses: observando com rigor e frieza o genial trabalho que Scolari desenvolveu com a Selecção Portuguesa de Futebol, o Chelsea nem sequer pestanejou ao contratar o brasileiro, mesmo antes de saber a que ponto do Europeu chegava Portugal. Não esperou por ver o bestial transformado em besta, ou vice-versa, ou o que por aí pode vir.
Nada disso. O Chelsea percebeu que Luís Felipe Scolari é, em qualquer parte do mundo, um grande treinador. E isso chega.
Em Portugal, isso não interessa nada. Porque todos somos melhores treinadores e seleccionadores do que ele. Do que ele ou do que outro qualquer que venha a seguir. Vão ver.