Coisas estranhas que se fazem em férias (II)
Tentar perceber o PC recentemente adquirido e a sua relação com “pen’s” de banda larga da TMN
O exercício é inútil: não apenas se percebe um boi desta relação aparentemente amigável, como a probabilidade de nos irritarmos em férias – isto é, quando não é suposto… – é enorme. No ano passado, no Verão, havia amigos que gozavam comigo porque o meu velho portátil não se ligava à Net quando eu queria, mas sim quando ele queria, e isso tornava-o inútil. A mim, e aos amigos que se penduravam no computador para “já agora deixa-me lá ir ver o mail…”. Eles tinham razão, mas eu nem me queixava – afinal, era um pc de férias, e todos temos direitos nestes momentos.
Um ano depois, eu tenho um computador novo todo XPTO, praticamente “tuneado”, Windows Vista (a pior coisinha que a Microsoft conseguiu inventar desde o tempo do saudoso Windows 3.1), uma placa que a TMN me “vendeu” com pontos do telefone, e tudo deveria ser mega-ultra-hiper-rápido. Pois bem: a “pen” “internet em qualquer lugar” nem sempre tem rede e é tão rápida como a placa anterior. Para mim, sempre demasiado lenta. E quanto à ligação à Internet, é também a seu gosto: liga quase sempre, mas desliga-se sozinha sem avisar e faz de conta que continua ligada. Quando “a apanho”, faz birra e demora meia-hora a ligar de novo. Escrevo este post enquanto espero que lhe passe mais uma fita e me deixe continuar a navegar…
Irrito-me. Tento entender. Começo a vasculhar “o meu computador” e coisas parecidas. Arrependo-me sempre.
E penso - quando tenho um computador novo nas mãos - o mesmo que penso há uns bons 15 anos: enquanto não for tão implacavelmente simples como um televisor, esqueçam lá isso. Não substitui porra nenhuma. Já foi mais difícil ter um computador novo – mas continua a ser chato como a potassa recriar todas as rotinas e sentir-me outra vez amigo da máquina.
Lá está: vou voltar para o mar. Está-se tão bem dentro de água. E quando se mergulha não se ouve nada.
PS - Mas é claro que este post é uma brincadeira ao lado desta desmontagem literal de mais uma peça de marketing do Governo que os jornais e as televisões engoliram sem o prévio trabalho de casa. Ao contrário do que pretende Miguel Sousa Tavares, felizmente há blogues... Caso contrário, jamais saberíamos algumas verdades e as debateríamos livremente, como a caixa de comentários do post confirma.