29
Nov07
O blog da Fátima
Tenho, há tempo, uma discussão familiar sobre este tema. Como é familiar, não trago a discussão para a praça pública – mas como um blog não é a praça publica, mas a praceta de cada um, então posso, pelo menos, ousar uma abordagem ligeira.
(Já percebi que o meio é agressivo, mas tenho uma carapaça generosa, feita ao longo de mais de 25 anos. É difícil que me tirem do sério.)
Dizia que tinha a tal discussão familiar. Era o apelido. Rolo Duarte. Cada Rolo Duarte que aparecia onde eu trabalhava parecia que era um favor. E “era chato”, e o caraças. Abuso de posição dominante, na gíria económica. Pensei sempre que se um dia tivesse algo absolutamente meu – fosse um jornal, um café, ou um blog – poderia libertar-me finalmente dessas merdas e dizer mesmo o que pensava e fazer mesmo o que queria. Ora, este blog é a minha praceta e não tenho, tanto quanto sei, deveres e obrigações e expectativas a cumprir, accionistas para agradar e a CMVM (“ou CVM, como diz o Berardo...”) a controlar-me os passos.
Dito isto, subentendido o resto, remeto quem queira saber o que devia ser um blog realmente blog para este endereço: f-world-blog.blogspot.com .
Trata-se do blog da Fátima Rolo Duarte – quase sempre brilhante, muitas vezes genial. Todo dela. Junta o grafismo, o design, a escrita, o olhar, a ideia. Junta o talento todo que a minha irmã Fátima tem, sempre teve, e que eu mostrei, sempre que pude, nos lugares por onde passei. Mas também é verdade que o fiz com alguma discrição, aquela coisa de “não quero ouvir bocas”. Mesmo assim houve quem pensasse que fosse minha mulher e “lá está o gajo a promover os amiguinhos e familiares”. Como se fosse verdade. Perguntem à Sónia Morais Santos como é que desaguou no DN. Ou à Anabela Mota Ribeiro... Enfim, não interessa nada agora...
A Fátima é minha irmã. Tenho um orgulho desmedido no seu talento.
Volta não volta, pegamo-nos. Não vemos a vida do mesmo modo e ambos temos um feitio com tendência para se manifestar. Mas tenho a certeza que ela sabe quanto eu a admiro, como tenho a certeza de que gosta de mim. Irmãos é isso: nós podemos criticar-nos um ao outro, ai de quem venha de fora criticar um de nós.
A minha irmã Fátima tem o melhor blog que conheço.
Tenho pena de escrever isto apenas aqui dentro da minha praceta.
Mas sou assim, e já não tenho esperanças de mudar.