Doçuras
Há uns anos, em Londres, no clássico Nobu, encontrei-me pela primeira vez com a “coisa”. Este fim-de-semana quis o destino que, noutro restaurante, reencontrasse o velho amigo. E uma vez mais foi certeira a frase “esqueçam tudo o que associam à palavra bacalhau”: este “Baked black cod fillet with kinome miso & mirin glaze”, tão bom ou melhor do que o do Nobu, levou-me ao céu e fez-me perceber, uma vez mais, como a vida é simples – ou antes, como podemos ser felizes com apenas bocadinhos de coisas muito boas. Não precisamos de tudo, ao contrário do que passam a vida a impingir-nos.
Estou ainda a planar com aquele sabor suave, doce, ligeiramente melado, que se desfaz na textura de um bacalhau vagamente grelhado. E que se fazia acompanhar por um sake “Sawayaka, Nama Honjozo”, que jamais houvera provado – e se algum o tivesse conhecido, tê-lo-ia por perto nos melhores momentos da vida para todo o sempre...
Um momento aparentemente simples, um travo doce de felicidade. Só isso, tudo isso.