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Dez08
Contar a luz
À medida que vejo a evolução da tecnologia doméstica – de que o Meo é apenas uma face mais visível, mas onde posso envolver o aquecimento central computorizado, a Internet wireless, ou até as estações meteorológicas caseiras -, não deixo de me espantar quando saio de casa pela manhã e vejo um papel colado na porta da rua a anunciar para o dia seguinte a visita do homem da EDP que vem “contar a luz”, ou o da EPAL que vem “contar a água”. Sei que já há modernismos nestes sectores, nomeadamente a contagem enviada por sms ou por telefone – mas olho os contadores, cheios de números e com o mais pré-histórico dos aspectos, e pergunto-me: quando é que estes aparelhos vão desaparecer daqui e passam a objectos cobiçados nas lojas de velharias e na Feira da Ladra?
A resposta, deu-me a melhor revista do mundo. Numa breve nota de quatro linhas da sua edição “Forecast 2009”, a “Monocle” informa que, na Alemanha, a companhia de electricidade Yello introduziu no mercado doméstico medidores de consumo que permitem ao cliente ver online, em tempo real, o que consome, o que poupa, e quanto custa, sem ter de abrir a porta a homens armados com máquinas tipo multibanco. Acabou essa coisa de “contar a luz”, e acabaram as surpresas das contas nos meses invernosos. Eu sabia que estava para acontecer.
Agora só falta um despertador que me acorde sem fazer ruído...