Medos
Querer falar e não poder. De vez em quando sonho com esse buraco negro que é ligar um microfone em rádio ou televisão e a voz não “sair”.
A vida profissional tem-me mostrado com frequência que devemos confiar menos e desconfiar mais. Apesar dos avisos e dos sinais, eu persisto e confio. Mas tenho medo...
É a única fobia que me conheço: a vertigem das alturas, a falta de corrimão ou barreira que me segure em relação ao abismo.
Por todos os motivos: a dependência, a insuficiência, a vida reduzida a menos vida.
Há sempre um momento em que me interrogo: estará a descer ou a cair?
O convidado que se “corta” e não aparece. A desistência de ultima hora. O atraso que impede a realização. É um dos meus medos curriculares. Não será o medo essencial desta rubrica?
Tenho mais medo de algumas pessoas e das suas tentações prepotentes, arrogantes e mal-criadas do que da esmagadora maioria dos animais selvagens (excepto cobras...).
Agora que sinto que me libertei deles (já lá vão 3 anos...), tenho-lhes um medinho...
Seria terrível. E mortal. Sem humor deve ser tão triste viver.
Como vai ser. Como vamos estar. Para onde caminhamos. Que futuro vem a ser este presente.