Exercício sobre um bocadinho de Alberto Gonçalves
“Sucede que o dr. Passos Coelho não é uma pessoa normal: é um político e, para cumulo, um português, duas características que, acumuladas, em geral garantem tamanha distância do conhecimento que este adquire o carácter sagrado atribuído pelos primitivos à trovoada”.
Não consegui “descolar” deste raciocínio elaborado enquanto não me dei ao trabalho de fazer o exercício de adaptação consecutiva. Por exemplo:
“Sucede que José Saramago não é uma pessoa normal: é um escritor comunista e, para cumulo, um português, duas características que, acumuladas, em geral garantem tamanha distância do conhecimento que este adquire o carácter sagrado atribuído pelos primitivos à trovoada”.
“Sucede que o Gouveia não é uma pessoa normal: é um taxista e, para cumulo, um português, duas características que, acumuladas, em geral garantem tamanha distância do conhecimento que este adquire o carácter sagrado atribuído pelos primitivos à trovoada”.
Terminei em beleza:
“Sucede que o dr. Alberto Gonçalves não é uma pessoa normal: é um sociólogo e, para cumulo, um português, duas características que, acumuladas, em geral garantem tamanha distância do conhecimento que este adquire o carácter sagrado atribuído pelos primitivos à trovoada”.
E não é que o exercício bateu sempre certo? Para a semana vou voltar a ler Alberto Gonçalves. Sempre me interessou a Sociologia.