À paulada?
A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, teve uma ideia brilhante (inspirada no regime britânico): taxar os levantamentos que são feitos nas contas bancárias onde são depositados os salários e as pensões. Mais genial do que a ideia, só mesmo a argumentação: “Em vez de um imposto que desincentiva o rendimento, este incentiva a poupança”.
Se eu encontrasse a Dra Teodora na rua, mostrava-lhe estas noticias (todas de hoje):
E depois perguntava-lhe:
Qual é a parte do “não há poupança porque já não há dinheiro sequer para viver, quanto mais para poupar”, que ela ainda não percebeu?
A falta de um mínimo de decoro, sensibilidade e conhecimento da realidade nas declarações publicas daqueles que mandam nesta merda começa mesmo a provocar-me vómitos. Parece que gozam com a nossa cara. Parece que vivem - e vivem mesmo - num outro mundo e não têm qualquer réstia de sensibilidade social. Não é apenas triste - chega a ser ofensivo.
Desde que o banqueiro Fernando Ulrich disse "Se o país aguenta mais austeridade? Ai aguenta, aguenta!”, e depois explicou a frase com a infeliz pergunta "Se os sem-abrigo aguentam porque é que nós não aguentamos?”, tem valido tudo.
Estamos a chegar a um ponto de não-retorno em que a este tipo de discurso apetece responder como na pré-história: à paulada.
Lá está: quanto mais se bate no fundo, mais ele desce.