Daqui a 3 dias...
"Fala-se, com lassitude, de gerações. Nunca se fica a saber, mal ou bem, a qual pertencemos, mesmo que queiramos pertencer a alguma. Imagine-se a bandalheira correspondente se assim se falasse dos vinhos do Porto como sendo da geração dos anos 40, 50, 70 ou 90.
Não. Importa o ano em que se nasce. A idade, tal como no vinho, é relativa. Algumas pessoas ganham em consumir-se cedo. As melhores exigem que se espere. Resta vermos as nossas idades não como um percurso linear e previsível mas com a surpresa deliciosa dos anos vintage que não se conseguem adivinhar.
No ser humano, as idades importantes talvez sejam: 0 a 1, 3, 5, 7, 10, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 23, 25, 28, 30, 31, 35, 39, 40, 41, 45, 49, 50, 52, 55, 59, 60, 65, 69, 70, 74, 76, 79, 80, 81, 85, 86, 90, 91, 95, 98, 100, 105, 110, 111 e 120.
Quando éramos novos éramos velhos. Quando somos velhos, ainda somos novos. Resta saber, como sempre, ao que viemos".
Miguel Esteves Cardoso, no Público, algures em 2011