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Pedro Rolo Duarte

11
Out17

Em menos de 20 anos

filho da noiva.jpg

O filme é de 2001, mas se a memória não me falha estreou em Portugal em 2002. Foi o último que vi no mítico cinema Quarteto, a sala (vezes 4) de Pedro Bandeira Freire, na Avenida Estados Unidos da América, antes de fechar e assim ficar até aos dias de hoje. Apesar de ser algo a meio caminho entre a comédia e o drama, e tão simples no guião como na forma como se desenrola, mexeu comigo muito mais do que esperaria. Comovi-me, ri, chorei, e andei com ele na cabeça meses a fio. De tal maneira que o procurei em DVD vários anos – e quando encontrei, algures num site espanhol, comprei logo. Mais tarde chegaria a Portugal.

Chama-se “El Hijo de la Novia” (em português, literalmente, “O Filho da Noiva”), e tanto quanto sei foi a obra que revelou ao “mundo” os argentinos Ricardo Darín (protagonista), e o realizador Juan José Campanella. A "fita" (como gostava de dizer Fonseca e Costa...) esteve nomeada para o Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano. Não ganhou, mas em 2010 Campanella “vingou-se” com “O Segredo dos Seus Olhos”.

Quando se fala de filmes que marcam as nossas vidas, costumo citar este (entre outros, claro), por estar fora do enquadramento mais óbvio. Não é uma obra-prima, não mudou a face da terra, não foi a génese de novas formas de fazer cinema. Foi apenas um filme argentino inesperado, para mais de orçamento modesto, cuja história, de tão bem contada e melhor interpretada, mexeu comigo e com as preocupações, os sentimentos, e tudo o que me interessa nas relações humanas.

Como disse, deu-me uma trabalheira encontrar o DVD, na altura sem legendas. Mais tarde, lá saiu uma edição portuguesa. E depois o filme entrou no natural esquecimento desta selva, onde tudo se atropela e só fica quem grita mais alto.

Há dias, por acaso, descobri esta coisa fantástica: o filme está disponível na net, de borla, sem pirataria nem malandrice, na íntegra e com razoável qualidade. Aqui. Voltei a vê-lo, claro. E não deixei de notar como, em 20 anos, tudo mudou a um ponto em que é possível ter à mão o que, naquele distante 2002, me custou encontrar e mais ainda pagar. Como será daqui a 20 anos?

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