Estar de um lado, estar do outro lado
Esta crónica do Miguel Esteves Cardoso tem dado polémica quanto baste por essa internet fora. Não percebi porquê, dado que se trata apenas da opinião dele - meu maior amigo de sempre, entre poucos, disclaimer feito… -, e que se peca por algo é por ser tardia. Porque do lado oposto da “barricada” nunca faltaram nem faltam crónicas e opiniões, nem julgamentos sumários. Todos os dias. A toda a hora.
Dito isto, e deixando de fora o que penso sobre a matéria (por demasiado confuso e desconfiadamente informado, reservo para mim o que penso, já de si contraditório…), o que retiro dos ódios, ataques, criticas, insultos e parvoíces sobre a crónica do Miguel (não falando na inveja de quem nada faz a não ser criticar quem algo faz), é simples: se quem defende os palestinianos é tão pouco ou nada tolerante para com a opinião alheia, abre a brecha da duvida sobre quem está certo ou errado neste tema.
Há sempre, em democracia, um lado certo e um lado errado. Porém, nenhum de nós tem poder ou saber para definir qual deles é o certo - só mesmo a nossa opinião sublinha o que julgamos. Um lado não vive sem o outro - e ambos sobrevivem no confronto entre si. Esse é talvez o lado mais fascinante do regime que escolhemos para nos organizar. Ontem, o Miguel respondeu com (ainda mais) génio a quem o criticou e insultou. E o que eu gostei de ler, só eu sei. Sigamos para fim-de-semana.