Leitura em férias: “Viagens”, de Paul Bowles
“O que nós (americanos) queremos é experimentar aquele brilho que chega a um indivíduo quando ele sente para lá de qualquer dúvida que é uma parte integral, ainda que infinitesimal, da continuidade histórica. E a Europa, caso nos aproximemos dela sem ideias preconcebidas quanto àquilo que constitui a sua “cultura” - simplesmente com um pouco de humildade e um pouco de imaginação - oferece-nos essa infância perdida, a infância que nunca aconteceu, mas cuja evocação pode ser de grande auxilio para nos ajudar a situarmo-nos no tempo e no espaço. É o primeiro passo, o passo indispensável, em direcção a sabermos o que somos para nós e o que somos no mundo”.
O trauma americano em relação à Europa está aqui, em dez linhas de um escritor genial. Nada a acrescentar.
(A tradução é de Jorge Pereirinha Pires, edição Quetzal)