Lisboa, livro de reclamações
De volta a Lisboa.
Numa destas noites de calor, sentei-me na esplanada da clássica Brasileira do Chiado. Tudo o que queria era uma Imperial bem gelada, de preferência naqueles copos de tulipa onde a cerveja ganha uma cor irresistível e uma vida prometida. É assim em todas as cidades civilizadas, a cerveja tratada como deve ser, Lisboa já não escapa a esse patamar…
… Espanto meu: escapa. O empregado, com ar de quem estava a dizer o óbvio (e não a lamentar a fraqueza), responde-me que não, a casa não serve Imperial. Admiti uma cerveja de garrafa, mas também não: “cá fora, na esplanada, só latas de cerveja”. Como quis fotografar o momento surreal e absurdo, pedi a lata, pela qual paguei 3 euros. E aqui fica.
Com reclamação junto: enquanto Lisboa tiver um ícone como a Brasileira a deixar-lhe o pé fugir para o chinelo num serviço tão básico e trivial como uma cerveja de pressão, podem bem dizer que é cidade da moda cool e bla-bla-bla. É a cidade de sempre. Armada “ao pingarelho”, como diria o meu pai.