Na varanda, ao espelho
Aos poucos, recupero os espaços que me são familiares, que me dizem respeito, e que tenho como “meus”, mesmo quando sei que tudo deixa de ser pessoal quando partilhamos com terceiros.
Este blog andou meio abandonado nos últimos meses. E não merecia. Foi o psicoterapeuta, o amigo, o muro de lamentações. Às vezes apenas um sinal de vida. Devo-lhe essa fidelidade canina. Nessa medida, também “sofreu” com os momentos em que não tive (e às vezes não tenho) cabeça, espirito, vontade, energia para o alimentar. É como um espelho.
Comemora este ano, em Novembro, o décimo aniversário, e tenho-lhe respeito como se fosse algo exterior e superior a mim – sabendo que não é. Na caótica relação que mantemos, ambos sabemos quem manda. Não há greves, nem reclamações, nem sindicatos. Há compreensão, amizade e lealdade.
Por isso, merece que lhe dedique a atenção que os últimos meses não permitiram. Aos poucos, vou voltando aos meus diversos quartos, salas de estar, varandas. Vivia triste se não tivesse uma varanda.
Estou de volta à varanda.