O Citador
O nome dele é Paulo Neves da Silva. Uma vez entrevistei-o na rádio, por causa do seu “Citador”. Surpreendeu-me o confronto entre o facto de ser um informático ligado à criação de software e a paixão pelas ideias - paixão que o levou a criar um “fenómeno” chamado Citador, uma base de dados monumental de aforismos, citações, poemas, ideias, que constitui um verdadeiro serviço público na net.
Este Paulo, que conheci entre microfones, revelou-se um homem simples, modesto, que juntou a paixão pelas palavras ao saber informático, e fez dessa coligação um hobbie que viria a ser também um pequeno negócio: do Citador já nasceram vários livros de aforismos organizados segundo temas e/ou autores. Agora, saiu mais um desses seus volumes, desta vez dedicado ao “meu” Vergílio Ferreira, 250 páginas de “máximas e reflexões”. Fica esta, a propósito do momento que vivemos:
“O grande sinal do nosso tempo é a morte da memória”.
E é. Mas uma citação puxa outra:
“O tempo que passa não passa depressa. O que passa depressa é o tempo que passou”.
Outra vez: e é.