Papel impresso
Nasceu há 20 anos nos Estados Unidos da América - e sendo certo que os EUA não são propriamente conhecidos pelas suas artes culinárias ou gastronómicas, a “Saveur” afirmou-se desde o primeiro numero como a mais criativa, inteligente, bem informada e interessante revista ligada ao mundo da comida, da restauração, e da ligação entre essas disciplinas e a cultura dos povos.
Fui um comprador militante da “Saveur” - cheguei a sugerir, sem sucesso, a edição ou adaptação portuguesa, a um grande empresário dos media… - até ao dia em que, misteriosamente, deixou de se vender em Portugal. Como não sou leitor digital de revistas - para mim só fazem sentido em papel - nem adepto das assinaturas, dada a exígua dimensão das nossas caixas de correio e o terrível desrespeito que os CTT têm pelo tamanho original dos envelopes, deixei de ler a Saveur. Pontualmente, uma passagem pelo site, e notificações no Facebook. Anos a fio.
Até que, na semana passada, fui surpreendido em Lisboa com a edição dupla de Verão da revista. Em papel. Linda. Surpresa das surpresas neste mundo em mutação: está igual. A mesma qualidade de textos, imagens, design, a mesma edição cuidada, o mesmo rigor. Este numero é todo dedicado à India - e é um absoluto primor. Quem gosta de revistas, quem gosta de papel impresso, quem gosta de edição de imprensa, tem aqui um doce, um prazer, um privilégio. Que bom.