Uma espécie de granizo
Um dos talentos literários mais consistente que por aí circula chama-se Nuno Costa Santos. Conheci-o nos tempos do DNA, para onde escreveu com alguma regularidade, e sigo-lhe os passos nos trabalhos de televisão mas também no mundo dos blogues. O seu mais recente compromisso - resolução para 2014: escrever um post por dia - está a ser meticulosamente cumprido, o que muito me agrada…
Dos posts dos últimos dias no seu blog, apaixonei-me pela expressão “granizo relacional” - lá está, uma daquelas imagens que só o Nuno desencanta nas profundezas da sua criatividade. E é assim:
“O granizo relacional continua a persistir. A fazer o seu caminho indesejável. Há por estas bandas muita, muita gente que se conhece - de hospitais, de repartições, de infantários - e que, quando se encontra na rua, não se cumprimenta. Quando digo rua digo dois metros à porta do sítio onde cruza experiências, respirações e até confissões. É como se só naquele território reservado pudesse falar. Quando sai volta à cidade abstracta”.
Muito bom. E verdadeiro. Leiam o Nuno.